Nunca é tarde
Nunca é tarde

Não são poucos os que abrem mão do sonho profissional. Os motivos variam. Pode ser por falta de condições financeiras de bancar uma faculdade, filhos que chegam muito cedo ou ainda por falta de coragem de assumir uma vocação. Mas, por outro lado, não faltam exemplos de que nunca é tarde para investir na carreira. 

Joelma Ruiz tinha 36 anos quando deixou de adiar seus sonhos e começou a cursar a faculdade de psicologia. “Em 2007, casada e com dois filhos, decidi que a hora era aquela ou nunca. Tive muito apoio do meu marido e dos meus filhos que me incentivaram a correr atrás do que eu queria”. Ela conta que é a filha mais velha de cinco irmãos e teve que sair do colégio direto para trabalhar e ajudar em casa. 

Depois de ocupações como frentista, vendedora e operadora de telemarketing, Joelma conseguiu juntar dinheiro para realizar o antigo sonho de ser psicóloga. Ela lembra das noites sem dormir para estudar, da dificuldade com a tecnologia comparada aos companheiros de sala e das festas de família das quais abriu mão. “Não é fácil, mas valeu a pena. Passaria por tudo de novo”. Segundo a psicóloga, cursar uma faculdade depois dos 30 tem vários desafios, mas estudar com pessoas bem mais jovens rendeu uma troca de aprendizado entre as gerações. 

“Minhas amigas tinham horários diferentes dos meus, iam para balada, acordavam tarde e por termos muitos trabalhos em grupo, no começo houve vários conflitos”, relembra. 

Apesar das diferenças, com o tempo veio o entendimento. “Todos queriam ir para o bar nas sextas-feiras, mas eu não. Preferia usar minhas folgas para ficar com meus filhos, então eu ficava com fama da “velha chata”, mas depois mudou. Começaram a entender que eu já não podia mais me dar algumas liberdades como essas”, afirma. 

Hoje, Joelma é psicóloga especializada em luto, principalmente de pessoas que perderam seus animais, tem seu consultório, dá aulas e presta serviço em alguns hospitais. Com 45 anos ainda tem muitos planos para sua carreira, como investir em um mestrado. 

“Se tiver certeza que ama o que faz, se dedique. Sem investimento emocional e estudo acadêmico a gente não chega”, aconselha.