Síndrome de Burnout é coisa séria e merece atenção. Nosso corpo está tentando falar, no entanto na rotina não paramos para escutá-lo
Síndrome de Burnout é coisa séria e merece atenção. Nosso corpo está tentando falar, no entanto na rotina não paramos para escutá-lo

Ela pode ser denominada também de Síndrome do Esgotamento Profissional e trata-se de um distúrbio emocional que resulta em exaustão extrema, estresse e esgotamento físico, provocados por rotinas desgastantes de trabalho de quem vive sob muita competitividade ou responsabilidade.

A Síndrome de Bournout é uma doença ocasionada pela árdua e exaustiva rotina de obrigações do dia a dia, sobretudo daqueles profissionais em constante pressão e com altas doses de responsabilidade. Atinge normalmente profissionais que atuam com o outro em sofrimento. Médicos, veterinários, enfermeiros, professores, policiais, jornalistas, bombeiros, estão entre as maiores vítimas.

Atributos difíceis e situações na qual a pessoa acredita não ter capacidade para realizar são motivadores para o aparecimento da Síndrome de Burnout. O famoso “não vou conseguir, não tenho condições.” A crise pode ocasionar depressão profunda e o apoio de um profissional é vital, de preferência ainda no surgimento dos sintomas iniciais.

Por qual razão relaciona-se a síndrome de burnout à elevada carga de trabalho na medicina veterinária?

Por ser resultante de estresse crônico no trabalho, não administrado com sucesso e cuja progressão ocorre de forma natural, relacionamos à carga horária. No entanto, não está relacionada somente a trabalhar demais, uma vez que pode ser confundida com estresse, depressão ou fadiga por compaixão.

Médicos são pessoas exigentes consigo mesmas, perfeccionistas que passam por um processo educacional rigoroso e competitivo, seus sonhos são colocados a prova constantemente, quebrando as expectativas individuais e atingindo os valores morais como resultado.

O assunto se tornou muito discutido entre os veterinários e é fácil entendermos o motivo. Mas sabemos que nem todo cansaço é síndrome de Burnout. Qual a diferença?

Síndrome de Burnout é definida como exaustão emocional relacionada ao trabalho e sua inefetividade, diferentemente do cansaço de agenda, atribulado a horas de trabalho de uma semana ruim. Fadiga por Compaixão tem outra definição, significa o fardo emocional de cuidar do outro em sofrimento. Ela atinge nossos valores morais, como consequências, questionamentos e conflitos entre expectativas e realidade da área de atuação.

Existem ferramentas para diferenciar Síndrome de Burnout da Fadiga por Compaixão? Ou só pode ser realizado por um psicólogo ou terapeuta?

A identificação é complexa, mas o mais importante é estar atento aos sinais. As pessoas podem se distanciar da equipe, dos amigos, da família de seus pacientes e de suas tarefas como uma defesa emocional.
Podem se tornar descuidadas com a aparência e a alimentação, ficar mais quieta, descontentes, cada vez menos interessada no trabalho, cometer atrasos e faltas frequentes, erros clínicos, conflitos com a equipe e até pedir demissão.

Existem “dicas” que os profissionais dão quando não estão bem. Quais os indicadores de comportamento?

Pessoal traz alteração do humor, irritabilidade, frustração e distanciamento social. De saúde vem com dores de cabeça, falta de energia, depressão, abuso de álcool, tabaco e drogas. No ocupacional notamos falta de concentração e de cuidado com os animais e impaciência com os clientes.

Desmistificando as síndromes laborais: O que podemos aprender?

Os sintomas, sinais e indicadores do comportamento são tentativas no nosso corpo em falar que precisamos de uma pausa. Como se fosse um freio de mão, no entanto não escutamos, como uma proteção ele nos freia, para devolver o nosso equilíbrio perdido por falta de escuta.

Muitas vezes a pausa é um movimento que precisamos para continuarmos (a revisão do carro), embora não se possa eliminar o estresse e o sofrimento, tais fatores são possíveis de gerenciamento. As características de personalidades, os sentimentos, formas de funcionamento e expressões podem ser usadas de forma a favorecer a saúde de todos os envolvidos.
Compreendermos que o trabalho do médico veterinário é coletivo, um trabalho de equipe.

Se faz necessário um olhar individual para revermos nossos comportamentos que contribuem para esse ambiente que faz adoecer. Fazemos parte do processo do viver, nos alegrarmos com nossas conquistas, entristecemos com as situações de crise, temos inseguranças e medos decorrentes de situações adversas, encontraremos dificuldades de todas ordem. Como qualquer ser humano que ama o que faz.